sábado, 5 de maio de 2012

O Reencontro.

Ele se aproximou devagar, há tempos que não se viam e teve medo da reação dela. Ficou um tempo observando ao longe, na verdade ele a admirava. "Há quanto tempo não a vejo? E ela está ainda mais linda".
Eram o casal mais apaixonado que alguém podia conhecer, mas ela recebeu um convite para estudar no exterior. Com muito custo a convenceram de que seria bom para ela e durante todo este tempo ambos ficaram separados, conversando pelos meios eletrônicos a que tinham acesso.
A correria do dia a dia fez com que os contatos fossem cada vez menos frequentes e ela teve dúvidas, sentiu carência e se permitiu namorar um outro rapaz.
Ambos concordaram que era melhor a liberdade que a mentira, então ele também viveu sua vida, mas nem por um instante deixaram de lembrar um do outro. Ela o esperava ansiosamente, tinha passado todos estes meses imaginado este momento.
Demorou a perceber que ao longe naquele terminal, ele a observava. Quando ele se aproximou, caminhava olhando-a fixamente, tentando intuir que pensamentos passavam por sua cabeça naquele momento somente lendo-os em seu olhar. Ela por sua vez não sabia o que fazer com as mãos, estava sem jeito até para ficar parada, imaginava de que maneira iria cumprimenta-lo. "Melhor esperar e ver o que ele faz". 
Quando ele finalmente se aproximou, ela abaixou levemente o rosto com ar de quem espera a aproximação, ele acariciou seus belos cabelos com a mão direita e se permitiu afagar-lhe o rosto. Ela levantou o ombro pra perto do rosto, pressionando a mão dele, como quem quer aproveitar um pouco mais daquele instante único de um carinho sem igual.
Ele a olhava nos olhos e via neles um brilho único, brilho que ele não via em nenhuma outra mulher. Escorregou a mão direita para a nuca dela, aproximou seus lábios lentamente e a beijou devagar, conforme ela se soltava ele a puxava um pouco mais para perto, como quem quer sentir alguém com mais intensidade. Neste momento os dois puderam sentir a adrenalina que corria seus corpos e aumentava a intensidade do beijo, aquela que poucas pessoas são capazes de provocar.
Seguiram abraçados, sentindo em si o coração do outro, trocando juras de amor ali, naquele terminal, por um bom tempo. Ela dizia que não iria mais ficar longe dele e ele falava para ela sobre o quanto a amava e sentira sua falta.
Aos passantes as reações eram imprevisíveis, alguns se indignavam com a cena que viam, outros olhavam com desejo e havia ainda aqueles que sorriam com os olhos ao ver um amor verdadeiro em um mundo tão cheio de amores de brinquedo.
Eles teriam um dia atarefado até que chegasse a noite e pudessem finalmente matar a saudade que os consumia, mesmo assim pareciam querer prolongar mais e mais aquele instante que preenchia seus corações tão cansados da dor da ausência, ausência esta, que só conhece aquele que sabe quem é este tal de amor.

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