Dava para perceber nitidamente em seu olhar o receio do não e o nervosismo do sim; Ainda mais quando ela balbuciou um "vou pensar" e, mesmo ficando um tanto balançada pelo convite para um simples passeio no parque, ficou apreensiva pois por alto sabia quais eram as reais intenções do belo moço, um romântico inveterado.
Após ponderar algumas possibilidades e perceber que apesar de não estar pronta merecia sim se permitir, então aceitou.
Era uma belíssima tarde de sol e Maria via os lindos olhos de João serem inundados por um brilho que mesclava o reflexo dos raios solares com o lampejo de um forte sentimento contido, tornando seu olhar incrivelmente irresistível e profundo. Caminharam pelo parque envoltos por uma harmonia e uma intimidade crescente e, embora não se conhecessem há muito, era como se tivessem nascido um para o outro. Sentaram-se na grama verde e macia; Maria descalça sentindo o chão sob seus pés e o frescor da brisa tocando seu rosto, tentava se convencer de que tudo aquilo era real. Procurava inutilmente desvencilhar-se das belas palavras proferidas por João e das promessas que ele fazia, ela já ouvira tantas vezes sentenças vazias que a fizeram compreender e aceitar que "toda expectativa é passível de frustração₁". Maria buscava blindar seu coração para que não se ferisse novamente, haja visto que a chaga anterior nem havia sido sarada.
Como se lesse seus pensamentos ou visse de forma evidente a sensação de medo através dos olhos dela, João prometeu-lhe o mundo e as estrelas naquela tarde. Disse ao pé do seu ouvido que ficasse tranquila pois tudo iria ser diferente à partir daquele momento, ele seria o bálsamo sob suas feridas e com muita paciência a faria entender que ele era o homem de sua vida, dando tudo de si para isso; porém antes mesmo que dissesse tais cousas, sem saber, dentro de si ela já começava a acalentar, com um pouco mais de segurança, o sentimento que nascia acanhado, com a função preencher a imensa lacuna que havia em sua vida.
Tinham muito em comum e sentiam mutuamente que a vida os tinha preparado para aquele exato momento, para serem perfeitos um para o outro!
Não tinham tanto tempo quanto gostariam, e o dia se foi com o decorrer da conversa. Uma aura fabulosa de equilíbrio os envolvia e desejavam intensamente que o tempo parasse para eles naquele fantástico pôr-do-sol; sob o qual se abraçaram e juraram silenciosamente em seus corações, amor eterno.
₁ N.E. Autoria de Igor Campos.
Que belo conto. Quantos Joãos e Marias não há por ai vivendo o mesmo? Menina que sempre me surpreende cada vez que escreve algo.
ResponderExcluirFeliz o momento em que finalmente se encontram :) E que se permitam a felicidade dia após dia!
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