Ela já havia sido tocada antes mas não com aquela
intensidade, as mãos dele sobre seu corpo produziam mais que excitação, era um
sentir que provinha de seu interior. Seus beijos a deixavam vulnerável, seu
toque a tomava por inteiro e ela faria o que ele desejasse naquele momento. Ele gostava do que
via em seus olhos, do descontrole que seu corpo demonstrava. Há tempos ela o desejava porém ele não permitia sua
aproximação, não demonstrava interesse. Se viam todos os dias no trabalho, ele
a ganhava com o olhar, ela o conquistava no sorriso e ambos evitavam dar o
passo decisivo que desnudasse a aparência de formalidade com que dirigiam-se um
ao outro e tornasse claro o desejo que os consumia. Enquanto ele tirava suas roupas com a urgência que os casais
sentem quando queimam de desejo, ela entregue tentava imaginar porque tentará
esconder de si própria por tanto tempo o quanto o queria. “Que deliciosa
coincidência o trouxe aqui hoje” pensava ela. A boca dele em seu corpo a
enlouquecia, fora tanto tempo imaginando como seriam aqueles beijos. Se cruzaram durante semanas desde que ele foi transferido ao
setor dela mas jamais teriam arriscado algo a mais se naquele sábado ela não
tivesse decidido caminhar.
Morava perto a um parque arborizado e era sempre
prazeroso estar naquele lugar, a vida que acontecia, a liberdade, o ar.
Sentou-se a beira da trilha no gramado observando as pessoas e saboreando cada
pequena coisa que acontecia, tudo era tão interessante, fazia seus pensamentos
voarem longe. Era um dia como qualquer outro em que ela voltaria para casa
sozinha. O sol da manhã ofuscava sua visão, ele vinha em sentido contrário com o
sol as costas e pode observa-la bem antes de se aproximar. Precisou colocar suas
mãos a frente dela para que ela observasse o rosto daquele intruso que insistia
em permanecer no caminho. Era costume dela andar de cabeça baixa, se sentia
constrangida em olhar para o rosto das pessoas, em vez disto, preferia observar
impessoalmente a todos apenas o necessário para desviar deles, gostava de ser
uma anônima na multidão. Mas o intruso estava ali e por mais que ela tentasse
desviar ele novamente trancava a passagem, ela não pode conter o sorriso quando
percebeu quem estava a sua frente. O brilho em seus olhos fez o rapaz se sentir
constrangido e cumprimenta-la apenas comum “oi”, ela imediatamente tentou puxar
assunto, mostrar que estava feliz em estar ali sem mostrar seu real desejo mas desejou
que ele ficasse o máximo possível a seu lado. Ele era mais bonito com aquelas
roupas que provavelmente estavam em cima na pilha do armário do que com a
vestimenta formal que ela estava habituada a vê-lo. Ele tentou se despedir, imaginando ser inconveniente
prolongar a conversa. Ela não permitiu, ao invés disto tomada de toda coragem
que conseguiu juntar o convidou para um almoço e antevendo que ele pudesse
dizer não por questões financeiras complementou o convite dizendo que tinha
preparado algo especial antes de sair de casa mas que comeria sozinha e que
seria bom ter companhia naquele dia.
O vinho lhes permitia arriscar mais nas palavras e a
proximidade dos rostos e dos corpos diminuía a todo instante, ele tocou seu
rosto esperando um sinal, ela retribuiu com uma caricia velada em sua bochecha,
esperava o beijo. Ele pode perceber quando ela molhou os lábios discretamente e
se aproximou com calma, ela abaixou as mãos como quem autoriza a entrada a um
visitante, ele tocou seus lábios devagar desbravando-os com cuidado, ela pôs as mãos na nuca dele e ele a tomou com toda vontade que guardará por tanto
tempo cada vez que ela passava por ele. Ela estava ainda mais linda com o
rosto corado e o corpo entregue. Ele a despiu, a tocou, a beijou e a penetrou, tinha intensidade, tinha vontade, ela não era uma mulher comum, despertava nele
um desejo intenso e foi assim que ele a possuiu por várias vezes durante aquele
dia.
Naquela segunda-feira, mal sabiam como agir, ele tentava
interpretar o olhar dela e ela tentava interpretar o sorriso dele, não houve
quem não notasse que havia algo diferente ali. Talvez fosse o principio de um
romance, talvez não, certeza só havia que o acontecido seria inesquecível e que
provavelmente se repetiria novamente, talvez no Sábado, talvez na Sexta, ou
talvez naquela mesma Segunda-feira.
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